O sol na marcha luminosa voa
Lançando à terra majestoso olhar;
Passa cantando quem o ar povoa,
E a praia abraça venturoso mar.
No bosque o vento doce canto entoa,
Ouvem-se em coro as multidões
cantar;
Que a um só triste o coração lhe
doa,
Que eu seja o único a sofrer,
penar!
Por ti, saudade… de quem vai tão
perto
E a quem dos olhos e das mãos perdi
Neste tão ermo, lúgubre deserto!
Por ti, ventura… que uma vez senti;
Por ti que às vezes a meu peito
aperto
E… o peito sem te ver a ti!
Neste
soneto, o autor mantém o tema dos outros dois poemas anteriores: o
lirismo-amoroso.
O
eu-lírico começa comparando sua amada ao sol. É mulher prestigiada, possuidora
um olhar majestoso. Não importe por onde ela passe, vai sempre encantar quem
quer que olhe e sempre será acolhida por todos. O eu-lírico a deseja tanto que
não se importa em sofrer e pagar uma pena, desde que seja somente ele a ama-la.
Porém,
sua amada morre, deixando o eu-lírico sozinho em seu lúgubre, macabro, funeral.
Agora, tudo que resta é a saudades.
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