Linha do Tempo

Linha do Tempo

terça-feira, 3 de maio de 2016

Ventura

O sol na marcha luminosa voa
Lançando à terra majestoso olhar;
Passa cantando quem o ar povoa,
E a praia abraça venturoso mar.

No bosque o vento doce canto entoa,
Ouvem-se em coro as multidões cantar;
Que a um só triste o coração lhe doa,
Que eu seja o único a sofrer, penar!

Por ti, saudade… de quem vai tão perto
E a quem dos olhos e das mãos perdi
Neste tão ermo, lúgubre deserto!

Por ti, ventura… que uma vez senti;
Por ti que às vezes a meu peito aperto
E… o peito sem te ver a ti!

Neste soneto, o autor mantém o tema dos outros dois poemas anteriores: o lirismo-amoroso.
O eu-lírico começa comparando sua amada ao sol. É mulher prestigiada, possuidora um olhar majestoso. Não importe por onde ela passe, vai sempre encantar quem quer que olhe e sempre será acolhida por todos. O eu-lírico a deseja tanto que não se importa em sofrer e pagar uma pena, desde que seja somente ele a ama-la.

Porém, sua amada morre, deixando o eu-lírico sozinho em seu lúgubre, macabro, funeral. Agora, tudo que resta é a saudades. 

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