CANTO
PRIMEIRO
Esta
é a ditosa pátria minha amada,
À
qual se o céu me dá que eu sem perigo
Torne
com esta empresa já acabada.
Acabe-se
esta luz ali comigo.
Lusíadas
Saudade!
gosto amargo de infelizes,
Delicioso
pungir de acerbo espinho,
Que
me estás repassando o íntimo peito
Com
dor que os seios d’alma dilacera,
-
Mas dor que tem prazeres - Saudade!
Misterioso
númen, que aviventas
Corações
que estalaram, e gotejam
Não
já sangue de vida, mas delgado
Soro
de estanques lágrimas - Saudade!
Mavioso
nome que tão meigo soas
Nos
lusitanos lábios, não sabido
Das
orgulhosas bocas dos Sicambros
Destas
alheias terras - Oh Saudade!
Mágico
númen que transportas a alma
Do
amigo ausente ao solitário amigo,
Do
vago amante à amada,
Nenhum comentário:
Postar um comentário