Linha do Tempo

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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Camões de Almeida Garrett


CANTO PRIMEIRO
Esta é a ditosa pátria minha amada,
À qual se o céu me dá que eu sem perigo
Torne com esta empresa já acabada.
Acabe-se esta luz ali comigo.
Lusíadas

Saudade! gosto amargo de infelizes,
Delicioso pungir de acerbo espinho,
Que me estás repassando o íntimo peito
Com dor que os seios d’alma dilacera,
- Mas dor que tem prazeres - Saudade!
Misterioso númen, que aviventas
Corações que estalaram, e gotejam

Não já sangue de vida, mas delgado
Soro de estanques lágrimas - Saudade!
Mavioso nome que tão meigo soas
Nos lusitanos lábios, não sabido
Das orgulhosas bocas dos Sicambros
Destas alheias terras - Oh Saudade!
Mágico númen que transportas a alma
Do amigo ausente ao solitário amigo,
Do vago amante à amada,

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