A luz que dá o teu rosto
É a luz da madrugada,
Mas vi-a quase ao sol-posto
De uma vida amargurada...
Tão tarde vi teu rosto!
Oh! Se na manhã da vida
Me raia logo essa aurora,
Quanta folha e flor caída
Me embelezara inda agora
O triste arbusto da vida!
Mas andei sempre às escuras...
Por onde nem se lobriga
Luz de estrela nas alturas,
Quanto mais em face amiga...
Eu andei sempre às escuras!
E agora vendo a beleza
Dessa luz que me alumina,
Não sei se a minha tristeza
É mais que a minha alegria...
Vendo agora essa beleza!
Nas
primeiras estrofes, o eu-lírico encontra com a mulher, reconhece no rosto dela
uma vida sofrida. Mesmo assim, toda essa amargura era compensada pela beleza da
mulher.
O
homem, que sempre estava sozinho, agora tinha alguém que iluminava e espantava
essa escuridão. A tristeza passava na presença da luz e da beleza que sua amada
tinha e tudo se transformava em alegria.
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