A lua desce
E ao seu clarão
A mágoa cresce
No coração;
E com bem mágoa
Pedi a Deus
Um pingo de água
Dos olhos seus
A lua desce
E ao seu clarão
A mágoa cresce
No coração;
Cresce, que o pranto
Desse bom pai
Cai em seu manto,
Do céu não cai.
A lua desce
E ao seu clarão
A mágoa cresce
No coração;
Cresce, que o lírio
Branco do vale
Não tem martírio
Nem sede igual.
A lua desce
E ao seu clarão
A mágoa cresce
No coração;
E com bem mágoa
Peço ao Senhor,
Um pingo de água
Que orvalhe a flor!
Lágrima sua
Vendo ao clarão
Da frouxa lua
No coração,
Cai-me dos olhos
Em pranto a dor,
Como de abrolhos
Brota uma flor.
Nesta
poesia, o autor introduziu certa musicalidade pela repetição.
A
lua, descrita diversas vezes pelo eu-lírico, é a sua mulher ideal e amada. Ela,
com seu brilho, apenas faz crescer cada vez mais mágoas e dor nele, já que ela
está morta.
Diferente
das poesias anteriores, há certa espiritualidade, uma conversa clara do
eu-lírico com Deus, onde ele pede para que cuide de sua amada. Logo mais, o
eu-lírico menciona uma flor que é seus próprios sentimentos. Ele pede a Deus
que orvalhe a flor para que a mantenha viva dentro de si.
Na
última estrofe, há um corte no ritmo que era imposto pela poesia, já que o
autor deixa de fazer a repetição.
Mesmo com tanta dor e
saudades de sua amada, o eu-lírico não deixa de lembrar de todo o brilho que
ela possuía, de toda sua graça. E, com tanta mágoa, ainda assim, é capaz de
brotar sentimentos nele.
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