Quem me terá trazido a mim suspenso,
Atônito, alheado... ou a quem devo,
Enfim, dizer que em nada mais me enlevo,
A ninguém mais do coração pertenço?...
Se desço ao vale, ao alcantil me elevo,
Quem é que eu busco, em que será que eu penso?
És tu memória de horizonte imenso
Que me encheu alma dum eterno enlevo?...
Segues-me sempre... e só por ti suspiro!
Vejo-te em tudo... terra e céu te esconde!
Nunca te vi... cada vez mais te admiro!
Nunca essa voz à minha voz responde.
E eco fiel até do ar que aspiro,
Sinto-te o hálito!... em minha alma ou onde?
O eu - lírico do poema fala sobre algo que ele vê em todos os lugares por onde ele passa:
Se desço ao vale, ao alcantil me elevo,
Quem é que eu busco, em que será que eu penso?
És tu memória de horizonte imenso
Que me encheu alma dum eterno enlevo?...
E quem esse “alguém” que ele fala está sempre seguindo o eu - lírico, mas nunca se ouviu nem a sua voz:
Nunca essa voz à minha voz responde.
E eco fiel até do ar que aspiro,
Sinto-te o hálito!... em minha alma ou onde?
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