A ti que em nuvens desenhei nos ares,
A ti que em ondas desenhei nos mares,
A ti, bom anjo, o derradeiro adeus!
Parto! Se um dia (que é possível, flor!)
Vires ao longe negrejar um vulto,
Sou eu que aos olhos desta gente oculto
O nosso imenso desgraçado amor.
Talvez as feras ao ouvir meus ais,
As brutas selvas, as montanhas brutas,
Côncavas rochas, solitárias grutas,
Mais se condoam, se comovam mais!
E lá daquelas solidões se aqui
Chegar gemido que uma pedra estala,
Que um cedro vibra que um carvalho abala,
Sou eu que o solto por amor de ti...
De ti, que em folha que varrer o ar,
Em rama, em sombra que bandeie a aragem,
De fito sempre nessa cara imagem
Verei, sorrindo, sentirei passar!
De ti que em astros desenhei nos céus,
De ti que em nuvens desenhei nos ares!
De ti que em ondas desenhei nos mares,
E a quem envio o derradeiro adeus!
O eu - lírico relata as lembranças a respeito de alguma amada que ficou que não está junto dele e ele desenha por todo lugar por onde ele passa essa amada para não esquecê-la:
A ti que em astros desenhei nos céus,
A ti que em nuvens desenhei nos ares,
A ti que em ondas desenhei nos mares,
A ti, bom anjo, o derradeiro adeus!
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