Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...
O poema “Este Inferno de Amar",
de Almeida Garrett, é composto por três estrofes, contendo seis versos em
cada estrofe. O poema possui versos livres e melodiosos típicos do
romantismo. Percebe-se, no poema, uma ideia contrária daquilo que temos por
amor, uma vez que, temos a convicção que o amor nos da sensação de prazer,
felicidade e encanto, enquanto para o “eu- lírico", amar é um inferno.
Percebe-se também no poema, a confusão dos sentimentos do amante.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário