Linha do Tempo

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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Este Inferno de Amar - Almeida Garrett

Este inferno de amar - como eu amo! -
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...

O poema “Este Inferno de Amar", de Almeida Garrett, é composto por três estrofes, contendo seis versos em cada estrofe. O poema possui versos livres e melodiosos típicos do romantismo. Percebe-se, no poema, uma ideia contrária daquilo que temos por amor, uma vez que, temos a convicção que o amor nos da sensação de prazer, felicidade e encanto, enquanto para o “eu- lírico", amar é um inferno. Percebe-se também no poema, a confusão dos sentimentos do amante.

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